Ao som da música "Maria, Maria",de Milton Nascimento, mais de 700 pessoas se reuniram, na última sexta-feira (11), no pátio de eventos do Caic, no centro do Cabo de Santo Agostinho para o lançamento do livro "Onze Negras: Comunidade Quilombola". O objetivo do projeto, realizado devido a uma parceria entre a comunidade e o Governo Municipal, através da Secretaria Executiva de Programas Sociais, é resgatar a tradição do único grupo quilombola reconhecido pela Fundação Palmares na Região Metropolitana do Recife.
O evento trouxe ao público um pouco da África, através de demonstrações das tradições preservadas pela comunidade quilombola. Capoeira, maracatu, comidas típicas e uma decoração especial serviram de pano de fundo para a aguardada sessão de autógrafos das mulheres que formam o grupo das Onze Negras. A festa contou com a presença do gerente da Coordenadoria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Cepir) Jorge Arruda, que representou o estado na comemoração, além de diversas autoridades municipais e grupos da sociedade civil organizada.
Segundo a secretária de programas sociais, Edna Gomes, a idéia inicial não foi de um livro de História. "Primeiro pensamos em fazer um livro de receitas, mas quando começamos a ouvir os relatos dos moradores locais, percebemos que seria muito mais interessante resgatar a História deles", conta Edna Gomes. "Através desse trabalho pretendemos fortalecer o grupo, conscientizar as novas gerações do valor de sua cultura e sensibilizar o poder público e as empresas privadas para a necessidade de ajudar essas pessoas a preservar e desenvolver essa cultura", finaliza a secretária.
A líder da comunidade das Onze Negras, Maria de Fátima, entregou ao secretário de articulação política Josadac Miguel, que representou o prefeito, uma cópia do título de reconhecimento do Governo Federal de que as Onze Negras compõem a única comunidade quilombola da Região Metropolitana do Recife, em reconhecimento a todo o apoio dispensado pelo município em pró dessa causa. “Temos que agradecer ao prefeito Lula Cabral e a secretária de programas sociais, nossa madrinha e anjo da guarda, Edna Gomes, que sonhou conosco e ajudou na realização desse sonho” – considerou Maria de Fátima durante o ato.
Para a estudante de História da Universidade Federal de Pernambuco, Tássia Brandão, o reconhecimento público de uma comunidade quilombola no município e o conseqüente lançamento do livro trazem à tona a necessidade do município de reconhecer as suas raízes. "Que este seja mais um passo para a construção de uma memória coletiva de identidade de todos os cabenses", finalizou Tássia.
Publicado em 14/01/2008
Link: http://www.cabo.pe.gov.br/noticias.asp?codigo=1112
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